A Força da Autonomia Popular na Regeneração do Ambiente Urbano e na conformação da CIDADANIA ECOSSOCIAL.
Por: Daniel Benigni
Chegou em parceria com a Avant Garden o movimento Vizinhos da Praça que visa regulamentar a LEI Nº 16.212 de 10 de Junho de 2015 que dispõe sobre a gestão participativa das praças do município de São Paulo, e dá outras providências.
Com a crise climática ambiental se acentuando cada vez mais, a necessidade de atingirmos cidades resilientes se torna urgente, e somente com uma participação popular ativa poderemos mudar essa situação.
Hoje, não se pode mais falar de cidadania sem falar de ecologia e justiça social, fornecendo fácil acesso a comida, água, energia e moradias adequadas para toda a população.
A ocupação de áreas verdes com objetivo ecossocial se torna urgente para uma convocação permanente dos cidadãos à mobilização pelo clima, combate à fome e escassez de recursos, para disponibilidade direta das pessoas, sobretudo as que mais precisam, por estarem dependente do mercado de trabalho sempre desigual e de planos de distribuição de renda que nunca é suficiente.
O registro da população de rua na cidade de São Paulo, segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, atinge 76.000 no ano de 2024.
Segundo dados do IBGE a cidade de São Paulo possui 4.307.665 residências em uma população de 11.451.999 pessoas. Deste percentual, 29,4% vivem em apartamentos e 9,4% em favelas. Entre os 96 distritos que compõem a capital paulista, apenas dez não têm famílias morando em assentamentos informais, sem infraestrutura e segurança jurídica, todos concentrados na região central e oeste.
Segundo informações do Data Favela a população de favelas na cidade de São Paulo cresceu 49% nos últimos dez anos e apesar do crescimento de 400.000 novos apartamentos em 12 anos, o déficit habitacional só aumentou, acentuando o desequilíbrio ecológico com a derrubada de áreas verdes para a construção de prédios e rodovias.
Diante deste cenário devastador de profundas desigualdades sociais e degradação ambiental, um novo estilo de vida voltado para a produtividade ecológica abundante, e não do capital que gera a lógica de escassez do mercado e exclusão social, é urgente.
E para isso, podemos e devemos usar o avanço das tecnologias digitais, fruto da criatividade dos trabalhadores em geral, para se gerar soluções a curto, médio e longo prazo para a proliferação da CIDADANIA ECOSSOCIAL, e para começar, salientamos começar de nosso meio imediato, e por isso a ocupação das praças é um meio para se gerar efeitos demonstrativos de produtividade ecológica.
A produtividade ecológica é medida pela quantidade e qualidade da população fotossintética, ou seja, dos seres vivos verdes que ṕroduzem seu próprio alimento e compõem as florestas aniquiladas e substituídas pelo cinza do concreto, estando restritas a parques, e distantes do metabolismo vital do cidadão moderno marcado pelo industrialismo artificial e pela exploração do seu trabalho para o acúmulo de capital nas mãos de poucas famílias espalhadas pelo mundo, que se juntam para fazer guerras e governar toda a humanidade globalizada em benefício próprio, não se importando com nada e ninguém mais, a não ser, se for para fazer marketing de seus negócios que nunca podem parar de crescer, destruindo o que passa em sua frente.
O Estado-Nação, como uma entidade de regulamentação de territórios e suas populações, em disputa de poder em seu seio, que chamam de Sociedade Civil, vez por outra formula e executa leis que visam equilibrar as forças “invisíveis” do mercado em prol dos segmentos mais violentados, desprovido de recursos e discriminados pela sua condição social, de classe, cor, gênero, capacidade e etc, mas estando toda a sua estrutura dominada pelos setores econômicos, como bancos, indústrias, comércio e latifundiários, praticamente nenhum avanço social e ecológico podemos perceber de fato, com dados cada vez mais alarmantes.
Por isso, além de aproveitarmos as poucas leis e políticas públicas, que visam equilibrar o jogo, bem como iniciativas privadas que visam responsabilidade social e ecológica como marketing de negócios, pretendemos especialmente fortalecer iniciativas AUTONOMISTAS de COOPERAÇÃO PERMANENTE de UNIÃO BIORREGIONAL PLANETÁRIA.
A autonomia popular não é somente possível, como necessária, diante da crise das cidades em meio ao colapso econômico que precariza o trabalho cada vez mais; ao desequilíbrio geopolítico das guerras de disputa pelo Império Global de potências armamentistas; das mudanças tecnológicas que altera as formas sociais; e da poluição de dois séculos do meio ambiente pelo industrialismo que altera o clima, extingue a biodiversidade, soterra rios, envenena os alimentos, polui o solo, água e ar, gerando catástrofes cada vez maiores, sem nenhuma forma de gestão de riscos.
Ocupar as praças com a sabedoria ancestral ecológica e com a ciência dos trabalhadores emancipados dos interesses corporativistas do capital, poderemos iniciar uma forma, não só de resistência justa às violências, mas uma forma de avançar resolutamente para uma outra condição histórica humana, ECOSSOCIAL.
Baixe o app Avant Garden e se cadastre como Vizinhos da Praça! https://forms.gle/9Q54MYVqW2ACqvbH8